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Indústria química global se prepara para novo salto tecnológico

É certo que diferentes segmentos da indústria já perceberam que as tecnologias digitais disponíveis no mercado podem ajudar e muito a elevar os níveis de produtividade e, por isso, estão investindo pesado para aderir ao que está sendo chamado de “indústria 4.0”. No setor químico não é diferente, embora o “chão de fábrica” ainda não seja um grande beneficiado dessa nova onda, que inclui computação em nuvem, robótica, inteligência artificial e segurança cibernética, entre outras.

 

Uma pesquisa recente da consultoria Accenture, intitulada “Digital Technology in Chemical Plant Operations”, mostra que a implantação de tecnologias digitais no ambiente de fábrica ainda está em seus estágios iniciais na indústria química. Esse cenário, contudo, parece estar a caminho de mudar, à medida que os dirigentes dessas companhias reconhecem os ganhos decorrentes de investimentos nessa área.

 

Conforme a Accenture, 80% dos entrevistados — 360 executivos de 12 diferentes países — estão investindo “mais” ou “significativamente mais” em plataformas digitais no ambiente fabril. Além disso, 85% deles acreditam que os investimentos em geral em tecnologia vão crescer nos próximos três anos.

 

Embora muitas empresas do setor tenham iniciado pilotos em suas operações fabris, indica a consultoria, a implantação total de tecnologias digitais ainda é limitada e menos de um terço dos executivos entrevistados citaram seu uso de forma ampla — inclusive para aquelas com aplicação mais ampla, como computação em nuvem.

 

Sobre os pilotos, tecnologias de análise de dados (“analytics”) foram citadas com mais frequência pelos entrevistados. São também o principal foco de investimento digital nos próximos três anos. Metade dos executivos, conforme a Accenture, vê esse tipo de tecnologia como a que oferece o maior potencial de retorno sobre o investimento em 12 meses.

 

Os fundamentos para o novo salto tecnológico são sobretudo econômico-financeiros, mas há ganhos de diferentes naturezas. Segundo a Accenture, o uso da tecnologia digital para alancar eficiência operacional pode gerar economias, em média, de US$ 91.261 por funcionário de uma empresa química.

 

Citando um estudo do Fórum Econômico Mundial, a consultoria lembra que o uso mais amplo dessas plataformas pode trazer à indústria, em 10 anos, benefícios da ordem de US$ 550 bilhões, ao mesmo tempo em que reduz as missões de gás carbônico em 100 milhões de toneladas.

 

Conforme a pesquisa, 92% dos executivos da área química estão satisfeitos com os benefícios decorrentes de investimentos em tecnologias digitais. O ganho mais citado é o gerenciamento eficaz da fábrica, seguido de melhoria da qualidade do produto.

 

Para 95% dos entrevistados, a digitalização das operações tem valor financeiro “tangível” — 31% responderam que o lucro operacional da operação fabril cresceu entre 10% e 20% e 20% disseram que o aumento ficou entre 20% e 40%. Portanto, parece claro que, havendo recursos, a indústria química participará do novo salto tecnológico na manufatura.

 

Fonte: Valor Econômico